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Mostrando postagens de 2010

POROMONGUETÁ: A LÍNGUA DOS TREMEMBÉ.

POROMONGUETÁ: A LÍNGUA DOS TREMEMBÉ. olha ai a gente de novo! Prontos para mais uma leitura? Até agora postei sobre vários assuntos, mas ainda não abordei aspecto da cultura do meu próprio povo, do Povo Tremembé. Entre os vários elementos que poderia abordar, de forma mais peculiar, da parte cultural e estrutura social, eu irei me ater ao que toca a dimensão lingüística. Gostaria de partilhar junto com esta postagem um sentimento particular. Acredito que eu seja o primeiro a falar do Poromonguetá. Embora eu seja antropólogo, tive uma boa formação na área da lingüística devido a convivência e as partilhas com meu orientador do mestrado Frantomé B. Pacheco que é um excelente lingüístico. Por possuir, hoje, um conhecimento lingüístico suficiente para organizar nossa língua e apresentá-la de forma mais geral. Até então, ainda esses dados permaneciam na obscuridade, pois, de alguma forma, eu tinha um pouco de receio de comentar sobre eles. Ora, nós indígenas do nordeste, já somos, dev
Anaûe, xe iru gûe! já está no ar o site oficial da III Reunião Equatorial de Antropologia (REA) / XII Reunião de Antropólogos Norte e Nordeste (ABANNE), com as informações sobre o evento. Por favor, ajudem na divulgação. O site é: www.ufrr.br/rea2011 a seguir o texto do proprio site. Com imensa satisfação convidamos a todos(as) a participar da III Reunião Equatorial de Antropologia / XII Reunião de Antropólogos Norte e Nordeste, que acontecerá entre 14 e 17 de agosto de 2011, na Universidade Federal de Roraima (UFRR), em Boa Vista (RR). Visando fortalecer os nossos vínculos e favorecer a construção do conhecimento antropológico, através do tema Diál ogos interculturais na Pan-Amazônia , queremos motivar os(as) antropólogos(as) e profissionais das áreas afins a continuarem a discussão que vem sendo empreendida desde 1985, ano de criação da ABANNE. Por sua posição geográfica privilegiada no extremo norte do Brasil, Roraima é zona de fronteira internacional proporcionando à essa R

IDENTIDADE TREMEMBÉ

IDENTIDADE TREMEMBÉ Um dia, estava voltando da UFAM e fiquei observando dois indígenas, que estavam sentando um pouco mais a minha frente no ônibus, falavam sobre o que era ser indígena, o que era ser um Tukano, um Uanano, um Sateré-mawé. Então, comecei a refletir um pouco sobre a minha identidade. Refletiremos identidade através de um conceito mais amplo, identidade como re-memorização assumida, como um deslocamento do olhar da nossa constituição interna (que entre os muitos elementos está a questão cultural), enquanto Tremembé, para as fronteiras diferenciadoras e os mecanismos de manutenção, como uma necessidade de rever e explicitar parâmetros antropológicos sobre a “identificação étnica” como objeto de estudo ao invés de atividade técnica, burocrática ou científica, tal como comumente é empregado pela FUNAI diante das reivindicações de pessoas e grupos que se afirmam indígenas (como eu) ou descendentes de indígenas. Faz pouco mais de cinco anos que assumi a minha identidade in

Notificação

Olá, pessoal do Xe Mba'e, deculpe-me a ausencia. Estou em Santa Isabel do Rio Negro, noroeste do Estado do Amazonas. vim ver meu filho que nasceu. No momento estou com problemas de internet. Mas, assim que voltar a Manaus, postaremos novas postagens, inclusive com aulas de tupi antigo. um grande abraço Cordialmente Mbo'esara Esaîã

Edital para Mestrado e Doutorado em Antropologia

Olá, pessoal, como vocês estão? Está aberta a inscrição para o processo de seleção para o ingresso do Mestrado e Doutorado em Antropologia Social do Departamento de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Amazonas. são 15 vagas para o Mestrado e 5 para o Doutorado. A inscrição vai até o dia 25 de outubro. Vocês podem baixar o edital direto do site da UFAM. http://portal.ufam.edu.br/ ou diretamente http://propesp.ufam.edu.br/modules/tinyd3/ um grande abraço e até mais!!!! Mbo'esara Esãîa Tremembé

COMUNIDADES DE FALA E CONTEXTOS DE USO SOCIAL DA LÍNGUA III

COMUNIDADES DE FALA E CONTEXTOS DE USO SOCIAL DA LÍNGUA Parte III Aquiles Santos Pinheiro Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFAM.   CONCEITO DE CAMPO DE BOURDIEU Do ponto de vista, da teoria da prática bourdiesiana e para fins de alcance dos objetivos do meu projeto de pesquisa, acredito que a observação da “fala pública” – nos fóruns de discussão, nas assembléias das organizações indígenas, de políticos na câmara municipal, nos discursos de líderes de movimentos sociais e associação de bairros, entre outros – pode ser bastante elucidativa à resolução destas questões. Tal como é definido na teoria da prática e seguindo um viés mais sociolinguístico, um campo pode ser conceituado como uma forma de organização social que apresenta dois aspectos centrais: (a) uma configuração de papéis sociais, de posição dos agentes e de estruturas às quais estas posições se ajustam; (b) o processo histórico no interior do qual estas posições são efetivamente assumida

Gûatá Ypy: Curso de Tupi Antigo / 04

Guatá-ypy (Primeiros Passos) Lição V I Anauê! Xe iru gûé! E ai pessoal do Xe Mba’e, tudo bom? Desculpem-me, sei que ando meio em falta com as aulas de tupi antigo. Mas vamos retomar agora. Antes vamos fazer uma breve revisão do que já foi visto. Na Lição I mostramos os grupos de vogais e consoantes; na lição II vimos os dois tipos de conjugação, a saber, o de nome e os de verbos propriamente ditos; na lição III demonstramos os adjetivos que podem ser qualificativos ou predicativos e as regrinhas de junção; na Lição IV mostramos os possessivos e na Lição V vimos a conjugação do verbo e mostramos que ele não expressa necessariamente o tempo (podendo ser traduzidos tanto no presente do indicativo como no pretérito). Nesta Lição VI veremos os verbos no futuro. Para a conjugação dos verbos no futuro adiciona-se a partícula –NE no final do verbo. mas é bom lembrar que existem outras como, -rama, -reme e usa-se também alguns advérbios que indica um ação futura como irã ou mira. Vamos p

Site de HUTUKARA

Anauê xe irü gûe! Recebi ontem um e-mail de minha amiga Dr. Deise Lucy e compartilho com vocês do Xe Mba'e, é o site Hutukara Associação Yanomami, HAY e tem por finalidade expandir a luta pelos direitos do Povo Yanomami e Ye'kuana para todos os que lutam ou se interessam pela causa indigena. O presidente de Hutukara é Davi Kopenawa Yanomami, da região yanomami de Roraima, grande lutador e orador pela causa dos yanomami. Contamos agora com duas formas de representação dos yanomami da região brasileira, Hutukara Associação Yanomami- HAY e Associação Yanomami do Rio Cauaboris e Afluentes AYRCA. Espero que todos possam divulgar e partilhar dessa jornada pelos direitos humanos e cultural dos povos indigenas! para visitar website: http://hutukara.org/ Atenciosamente Mbo'esara Esãîa Tremembéb

COMUNIDADES DE FALA E CONTEXTOS DE USO SOCIAL DA LÍNGUA II

Para lembrar: para ler a  Parte I, vá na coluna a direita e pesquise nas postagens anteiores! COMUNIDADES DE FALA E CONTEXTOS DE USO SOCIAL DA LÍNGUA PARTE II Aquiles Santos Pinheiro Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFAM. AS VÁRIAS CONCEPÇÕES DE COMUNIDADE No início da seção anterior, afirmo – com base em Monteiro, (2008) –, que o primeiro grande obstáculo que os pesquisadores nas áreas de Sociolinguística e Antropologia Linguística têm que enfrentar é a imprecisão conceitual reinante nas diversas definições de comunidade. Nesta seção, justifico essa afirmação, apresentando algumas das várias definições de comunidade apresentadas por autores de referência na área da Linguística, onde constataremos que tais definições são ora amplas demais ora muito pouco precisas, dificultando ainda mais a separação dos conceitos e sua aplicação prática. Iniciamos com Labov (1972), para quem o termo comunidade não se aplica a um grupo de falantes que utilizam (tod

Olá!

Olá, pessoal do Xe Mba'e! Estou partilhando, com muita alegria, o texto que usei na minha defesa oral da Defesa pública da minha dissertação. Com ele, vocês poderão ter uma noção do que ela consistiu. agora é caminhar rumo ao doutorado!! Um grande abraços a todos! atenciosamente Mbo'esara Esãîa Tremembé

MITO E ETHOS ENTRE OS YANOMAMI DE XITIPAPIWEI - dissertação

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM MUSEU AMAZÔNICO – DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL– PPGAS/UFAM DEFESA PÚBLICA DA DISSERTAÇÃO 30/06/2010 Defesa oral MITO E ETHOS ENTRE OS YANOMAMI DE XITIPAPIWEI MESTRANDO: PAULO ROBERTO DE SOUSA pauloroberto_wd@hotmail.com mboesara@gmail.com Apresento-vos, neste momento de defesa, o caminho percorrido por nós e os resultados ao quais chegamos da realização desta pesquisa. A nossa pesquisa intitulada Mito e Ethos entre os Yanomami de Xitipapiwei pretende desenvolver considerações a cerca do ethos yanomami expresso através dos mitos, denominados em língua yanomami, de wãno narrados pelos Yanomami da aldeia de Xitipapiwei. Os yanomami de Xitipapiwei estão localizados na região do rio Marauiá, no município de Santa Isabel do Rio Negro, ao noroeste do Estado do Amazonas. Dividimos o resultado da pesquisa em três Partes contendo ao todo nove capítulos, a saber: Parte I: Os Yanomami e a Experiência Etno

DEFESA PÚBLICA DA DISSERTAÇÃO

Anauê xe irü güê! Gostaria de partilhar e convidar todos do Xe Mba'e para minha defesa, ultima etapa da minha formação de mestrado em antropologia social pela universidade federal do amazonas. Fica aqui então o convite!

COMUNIDADES DE FALA E CONTEXTOS DE USO SOCIAL DA LÍNGUA

Anauê, xe iru guê! Visitando nosso blog, um colega da academia de Antropologia Social da UFAM desejou compartilhar suas reflexões antropológicas aqui no nosso espaço. Fiquei feliz por ceder o espaço e pela partilha. O texto trata de uma reflexão que nosso amigo faz e que está no escopo do desenvolvimento da sua dissertação que em breve estará defendendo. Ele deixou ao meu critério a supressão de algumas partes, mas, meu Deus, quem sou eu para cometer tamanha injustiça a um texto tão interessante! Entretanto, como era muito extenso para o nosso espaço, resolvi dividi-los em partes. Assim vocês terão a oportunidade de degustar melhor o texto e se deleitar com o esforço intelectual do nosso amigo. Desejo a todos uma boa leitura!   PARTE I COMUNIDADES DE FALA E CONTEXTOS DE USO SOCIAL DA LÍNGUA Aquiles Santos Pinheiro Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFAM. Resumo: O presente texto trata de uma problemática que cerca a própria definição do locus da pe