Postagens

TOMASELLO: LINGÜÍSTICA, LINGUAGEM E CULTURA

Imagem
TOMASELLO: LINGÜÍSTICA, LINGUAGEM E CULTURA Paulo Roberto de Sousa, antrop. A linguagem sempre foi considerada um mistério humano. Desde tempos remotos, na Grécia antiga, por exemplo, a linguagem já era discutida em relação ao seu uso no ato de nomear. Esta questão também se estendeu aos filósofos e muitos trilharam os mistérios que acarretava o uso da linguagem. Entre os muitos autores que discutiram esta questão está Tomasello, autor do qual trataremos aqui, toma a princípio as indagações de Ludwig Wittgenstein a cerca da linguagem e seu uso. Ora, a ciência da linguagem vem avançando muito e é nesta discussão que a obra de Tomasello vem dar uma contribuição significante para entendermos como se dá a comunicação lingüística e as representações simbólicas do qual somos lançados ao nascermos e cuja problemática se resume naquilo que os teóricos da linguagem definem como aquisição da linguagem. Para Tomasello, a principio, uma coisa é certo: “a linguagem não surgiu do nada. Não caiu n...

Gûatá Ypy: Curso de Tupi Antigo / 03

Imagem
Guatá-ypy (Primeiros Passos) Lição V Anauê! Xe iru gûé! Praticaram as aulas anteriores? Espero que sim! Depois de um tempinho sem postagem na nossa Aula de Tupi Gûatá-ypy voltaremos trabalhar os verbos. Já vimos a conjugação da primeira forma Xe, nde, a’e, ore, etc. Vamos agora tratar dos verbos precisamente dito. Em tupi antigo o tempo não é expresso. Por exemplo, xe a-só, traduziríamos: eu vou, eu fui. Então podemos dizer então que os verbos não se flexionam como em português. Os primeiros estudantes do tupi, como o padre Anchieta, passaram a usar determinadas partículas adverbiais que juntando ao nosso tempo “indicativo” assim davam a idéia de tempo aos verbos. Para conjugar os verbos utilizaremos prefixo aos verbos correspondente as pessoas: Eu = a- Nós = oro- Eles, elas = o- Tu = ere- Nós = ia- Ele, ela = o- Vós = pe- Basta juntar essas partículas ao verbo. A forma verbal é igual para todas as pessoas, isto é, ele não se altera, isso é legal! É legal porque não precisamos lem...

Contato

Imagem
Meu cartão de contato:

Ética kantiana

Imagem
Ética kantiana: A Moralidade do dever e a Racionalidade como pressuposto básico . Kant formula sua ética dentro de uma esfera em que a única finalidade é a autoconservação que se revela na complexidade do dever que de alguma forma se coloca como exigência, em qualquer circunstância, o respeito a lei moral, que por sua vez está radicado dentro de uma concepção antropológica na qual o homem e seu agir aparecem divididos pelas exigências da razão e do desejo. Essa dicotomia no homem coloca-o entre duas circunstâncias: o pólo da natureza e o da razão. Uma vez ai colocado, o homem, só se colocará de acordo com uma lei da vontade racional se este for comunicado através da voz imperiosa do dever. É partindo deste principio do dever que Kant assume, em sua estrutura ética, uma única finalidade a autoconservação, já mencionada inicialmente, e que de alguma forma deveria estar fora da sujeição da humanidade enquanto inclinações humanas. Daí conclui-se que Kant postula sua ética em uma dimen...

A diferença entre “não posso” e “não quero”.

A diferença entre “não posso” e “não quero”. Gostaria de partilhar aqui uma reflexão filosófica apoiada na linguagem que, em primeiro momento, parece uma bobagem, mas que pode revelar muito da dimensão inconsciente (se de médico e de louco todo mundo tem um pouco, de psicólogo então, nem se fala!) do ser humano na esfera da inter-relação com o outro: a diferença substancial entre o não posso e o não quero . Esta reflexão nasceu de uma curiosidade sobre o uso da linguagem durante as leituras de Habermas, Austin, Lyons e outros lingüistas e filósofos da linguagem. A princípio, ambas as respostas para uma dada circunstância parece ecoar definitivamente como a não possibilidade da realização do fato em questão. Ora, se durante uma visita a um amigo, por exemplo, me convidasse para tomar uma xícara de café e eu respondesse “não posso, obrigado!” ou “não quero, obrigado!”, ambas as respostas, marcaria a negação do ato convidativo a ser realizado. Ou em outro contexto, se minha mãe c...

HIERARQUIA E SUBORDINAÇÃO: DUMONT e STRATHERN

Imagem
Olá, pessoal! espero que gostem dessa nova postagem. Boa leitura e não deixem de comentar! HIERARQUIA E SUBORDINAÇÃO: AS BASES DA ANTROPOLOGIA DE LOUIS DUMONT E MARYLIN STRATHERN. A antropologia é marcada por diversas formas de abordar o campo e entre as idéias mais ousadas talvez tenham sido desenvolvidas nestas ultimas décadas. Entre essas novas perspectivas antropológicas está a forma de trabalhar antigos conceitos como, por exemplo, a hierarquia, mas quando dotado de uma visão aguda e incisiva, como a de Louis Dumont, elas se apresentam como um bom instrumento para repensar o pensamento antropológico. Vejamos como a idéia de hierarquia e subordinação remete aos trabalhos críticos de pesquisadores como Louis Dumont e de Marylin Strathern. Para que Dumont pudesse encontrar na velha hierarquia um novo aparato de crítica, foi preciso repassar algumas idéias e uma análise mais aguçada onde “se se considerar os sistemas de idéias e valores, pode-se ver os diferentes tipos de socie...

Um olhar sobre xamanismo

Imagem
Entre os muitos elementos existentes nas culturas indígenas poderíamos dizer que um fenômeno em particular mereceu a atenção dos antropólogos, fenômeno este que denominamos Xamanismo. A presença do xamanismo nos estudos antropológicos merece tanta atenção quanto os estudos de parentesco e foi exatamente isso o que aconteceu. Para compreendermos como se deu esse resgate, o texto de E. Jean Matteson Langdon, em Irtrodução: xamanismo – velhas e novas perspectivas, dá-nos uma grande contribuição. Poderíamos iniciar este texto afirmando que o fenômeno do xamanismo é conhecido, no Brasil, como pajelança e se tornou um desafio para a antropologia. Ao torna-se um desafio forçou a antropologia a elaborar novos modelos teóricos para poder compreender o seu movimento. Os estudos do xamanismo expandiram-se para outras áreas, e entre estas áreas esta aquela que fazia parte do que se denominava como “nova consciência religiosa”. Se, por um lado, há um alargamento em pesquisas voltadas para o xaman...